Índice

 

Anúncios / sócios

2

 

 

Ciclídeo Notícias

3

por Paulo José Alves

 

 

 

Ciclideopédia

4

por Miguel Figueiredo

 

 

 

Cooperativa APC

4

 

 

Ciclídeos africanos p/ aquários de 200 litros (1ª parte)

5

por Manuel Zapater

 

 

 

Neolamprologus similis

9

por João Magalhães

 

 

 

Cyprichromis jumbo tricolor

11

por Luís Alves

 

 

 

Astronotus ocellatus

13

por José L. Blanco

 

 

 

APC – Ficha técnica

16

 

 


 

Editorial

por Paulo José Alves

Presidente da APC (#2)

 A maior parte dos ciclidofilos com o tempo acaba por se especializar, por eleger um grupo de espécies que merece a sua preferência. Embora possa haver aqui e ali uma “infidelidade”, ter alguma espécie ou espécies fora dos géneros ou zona geográfica eleitos, há por regra um Continente, lago ou géneros que por alguma razão não totalmente clara são mais atraentes para cada um em termos de ter ciclídeos em aquário. Esta tendência é positiva de varias maneiras. Primeiro que tudo não se pode ter tudo o que se gostaria de ter a nadar no nossos aquários, estes últimos têm uma capacidade de “carga“ limitada, portanto concentremo-nos naquilo que gostamos mais. Esta especialização leva‑nos a procurar informação especifica e a ter experiência num determinado grupo de espécies que, não em muito tempo, faz com que o nosso nível de conhecimento nos torne quase peritos no assunto. Fica também mais fácil acomodar os nossos hospedes pois que em geral terão as mesmas necessidades sendo mais fácil e simples a sua manutenção. Outros amadores como nós de tal especialidade irão mais tarde ou mais cedo descobrir  esta afinidade e vice versa fazendo com que haja uma troca de informação e é claro um convívio interessante e agradável que é muito a razão de termos este hobby, desfrutar a beleza dos peixes e o partilhar e o comunicar com outros que partilham o nosso  interesse.  O grupo rei, em termos de popularidade, é sem duvida o dos ciclídeos do Lago Malawi. Com os seus azuis metálicos e amarelos vivos quer os mbunas quer os haplocromideos estão no topo das preferências dos amadores de ciclídeos tanto na Europa como na América do Norte. Com as centenas de espécies existentes neste lago, muitas delas garridamente coloridas, só recentemente é que o fluxo de novas espécies e variedades amainou, continuando no entanto a sua predominância e que já dura desde os anos 70 lá fora e fim dos anos 80 por cá. O lago Tanganyika durante muito tempo esteve presente no nosso mercado com poucas espécies, o inevitável N. brichardi, os Julidochromis e pouco mais. Nos anos 90 a porta abriu-se um pouco e agora, se se  souber aonde procurar já há um fornecimento interessante para satisfazer um grande numero de amadores que se deixam seduzir pela diversidade morfológica e também pelas cores dos habitantes deste  antiquíssimo lago. Diversidade morfológica é coisa que os ciclídeos do Victoria não podem ser acusados de ter muita. As cores garridas deste grupo chamaram a atenção de muitos nos últimos anos, o facto de se estarem a extinguir também ajudou, começa a haver um agregar de interessados.  Os ciclídeos da América Central têm, em Portugal e infelizmente, um número de interessados relativamente pequeno, embora haja alguns amadores ferrenhos admiradores destas espécies e que lutam contra a vaga “ Lagos Africanos” em grande desvantagem, aparte 4 ou 5 espécies que se encontram no mercado e que são de estirpes que já irão em F1000, produzidas industrialmente, todas as outras são quase impossíveis de encontrar em Portugal. Os Escalares são um grupo à parte havendo muitos que se dedicam a eles sobretudo numa primeira fase, sendo no entanto poucos os que se dedicam a seleccionar variedades e à criação séria. Os Discos exercem o seu próprio fascínio, fazendo com que alguns só se dediquem a eles. Por alguma razão muitos dos casais reprodutores em Portugal são o macho de uma variedade e a fêmea de outra variedade, o resultado claro não pode ser chamado de “puro”… Os Apistogramma suscitam um interesse muito grande que só é refreado pela escassa oferta em espécies e que se repete ano após ano. Os outros géneros Sul Americanos são por regra, com excepção dos raros especialistas, criados só ocasionalmente. O mesmo se pode dizer dos ciclídeos reófilos da África Ocidental, aparte o omnipresente Kribensis, mestiço de varias populações ou até dos Hemicromis, que debaixo da designação genérica Peixe Jóia  leva à hibridação das pelo menos quatro espécies que aparecem à venda, todas as outras espécies são raras ou inexistentes neste nosso canto. Apesar de tudo a escolha em geral é bastante grande e vem-se a expandir lentamente. Nas grandes associações há mesmo grupos que se formam, por vezes com uma publicação própria e até mini convenções próprias, sempre dentro da associação mãe, dedicadas a grupos específicos geralmente os Americanos e Victoria. Alguns, como os dedicados às espécies do Victoria, procuram ter um papel activo e designadamente instituem programas de manutenção de espécies para evitar a extinção em massa dessas espécies. A especialização tem sobretudo muitos pontos positivos, fazendo do ciclidófilo um melhor amador, os peixes são melhor tratados e o nível da ciclidofilia portuguesa aumenta também. Acima de tudo, dedicando-nos ao que gostamos mais, o nosso nível de satisfação com o nosso hobby é  também maior. ¥


Neolamprologus similis

Artigo e fotos  de João Magalhães; APC #45

Descoberto por Ad Konings no inicio os anos 90, depois descrito em 1992 por H. Büscher, também já foi chamado como Lamprologus sp. aff. multifasciatus, Lamprologus sp. “big eyes”,  Lamprologus similis.

Efectivamente o similis é muito parecido com o Neolamprologus multifasciatus do qual se diferencia por ter uns olhos maiores, pela presença de duas barras brancas sobre a cabeça e pela largura das barras que possui em todo o corpo.

Podemos encontrá-lo ao largo de Tembwe e em Zongwe no Congo e em Bulu point na Tanzânia, no Lago Tanganyka.

Estes belíssimos e pequenos ciclídeos colonizam os campos de conchas mortas de caracóis da espécie Neothauma.

Os N. similis desenterram as conchas nas quais vão habitar. Podemos por vezes encontrar colónias que podem chegar aos 20 indivíduos. Estas colónias são formadas por diversos casais, e cada indivíduo possui uma ou mais conchas onde as fêmeas irão depositar os seus ovos.

Os jovens indivíduos de diferentes idades e tamanhos coabitam sem qualquer problemas com os adultos dessa colónia a que pertencem. Quando a população da colónia começa a aumentar demasiado, alguns indivíduos abandonam a colónia, desenterrando outras conchas um pouco afastadas daquelas onde habitualmente habitavam, formando uma nova colónia.

 No lago Tanganyka podemos encontrar uma segunda população de N. similis nas zonas rochosas e mais profundas, até aos 30 m de profundidade (Büscher 1992). Os indivíduos desta população são ligeiramente maiores que os anteriores, cerca de 1cm de diferença (4cm / 5cm). Estes ocupam um território limitado por algumas rochas, e as fêmeas depositam os seus ovos nas fendas dessas pedras. O território e os pequenos similis são protegidos pelo casal parental.

No meio natural, o Neolamprologus similis alimenta-se do plâncton que passa na frente das conchas. Mas também apreciam pequenos invertebrados que consegue encontrar, larvas de insectos e mesmo algas verdes (Büscher, 1992).

Em cativeiro, eles aceitam todo o tipo de comida: flocos, pastilhas, granulados, artémia, dáfnias, como também a receita caseira à base de espinafres, ervilhas e camarões/mexilhões esmagados e bem misturados, etc.

O macho mede cerca de 4 a 5cm e a fêmea mede cerca de 3cm. Não há nenhuma diferença visível entre os machos e as fêmeas. A cor do seu corpo é formada por barras cinzentas intercaladas por barras brancas muito mais estreitas de as anteriores. Já nos seus parentes próximos – Neolamprologus multifasciatus, estas barras cinzentas são mais estreitas que as brancas, estando igualmente presentes sobre a cauda e sobre a parte superior da cabeça. Quanto às barras brancas sobre a cabeça só aparecem no similis. A barbatana dorsal apresenta uma risca preta sublinhada por uma banda dourada, as barbatanas ventrais apresentam uma risca muito fina azulada.

Como para todos os ciclídeos do lago Tanganyka deve-se manter uma temperatura de 24 a 29ºC e um pH entre 8.5 e 9.2.

O Neolamprologus similis precisa de um substrato de areia fina e de numerosas conchas de caracol. Deve evitar-se manter esta espécie com outra espécie conchícula ou então será necessário criar dois territórios distintos de conchas, bastante separados por um espaço aberto de areia. Neste caso é recomendado ter-se um aquário com 1,5 metros de fachada, no entanto poderá conseguir-se esta coabitação num aquário mais pequeno, separando os mesmos territórios com uma pedra de xisto, por exemplo, que simule uma parede.

Todos os meses ou todos os dois meses a fêmea atrai o macho para a sua concha onde põe os seus ovos que o macho fecunda. Durante a maturação das larvas, o macho defende a entrada da concha. Ao fim de uma dezena de dias, um a dez alevins medindo cerca de três milímetros aparecem à porta do seu abrigo.

Se quisermos preservá-los, será necessário retirá-los para um outro aquário (maternidade) e alimenta-los com larvas de artémia. Senão, o que acontece é que veremos os alevins a nadar livremente entre as conchas e refugiando-se numa delas independentemente desta estar ocupada ou não por um adulto. Os alevins são aceites pela comunidade até à sua fase adulta. Em aquário é habitual os casais serem fiéis salvo se nós alterarmos a disposição e localização das conchas.

Eu, por falta de espaço, resolvi colocar uma pequena colónia de 4 indivíduos juntamente com dois casais de Neolamprologus ocellatus num aquário com 60cm de fachada. No início tinha apenas muitas conchas e duas plantas com alguns espaços abertos de areia fina, não houve problema nenhum entre as duas espécies. No entanto os similis encontravam-se um pouco tímidos e ocupavam um pequeno território num canto do aquário.

Posteriormente, resolvi alterar toda a decoração do aquário colocando umas pedras de xisto ao alto, formando 4 ou 5 territórios limitados por essas pedras como se de pequenas paredes se tratasse. O resultado desta modificação resultou numa melhor ocupação de territórios entre os similis e os ocellatus, ou seja, cada casal de ocellatus ocupou um desses pequenos territórios, e os 4 similis ocuparam também um desses territórios limitados artificialmente. Neste momento a coabitação das duas espécies é pacífica e não há problemas de maior. Os ocellatus já se reproduziram por duas vezes. Quanto aos similis, devido a serem bastante jovens ainda não procriaram. Espero dentro em breve conseguir alguns alevins, já que me parece que tenho reunidas condições suficientes para que isso possa acontecer a qualquer momento.

 Para concluir, quero referir que esta espécie é ideal para quem não tem aquários muito grandes, um de 60 litros é suficiente para manter esta espécie em condições aceitáveis, já que sendo eles peixes de colónia a sua agressividade para com os da sua espécie é reduzida. Também quero salientar que estes pequenos ciclídeos (os mais pequenos ciclídeos conhecidos até hoje) têm comportamentos muito interessantes, sendo gratificante para qualquer aquariófilo a sua manutenção.  ¥


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